ARTE TRIBAL

A arte tribal ou arte primordial é uma arte que nasce da mão do artista para a comunidade, do particular para o universal numa união «cósmica». É um acto, uma manifestação cujos objectos criados têm uma função simbólica, religiosa, de ordem e controle social, ritualística ou mágica, no sentido da acção não da contemplação.

É a ponte física entre o mundo visível e o mundo invisível, entre o profano e o sagrado.

Na sua origem, estes objectos não têm qualquer conotação com arte, tudo o que é feito tem uma função a ocupar na colectividade/tribo, não se destinando à fruição nem contemplação da sua componente estética.

No século XX, o Ocidente e as correntes modernistas (Matisse, Picasso, Brancusi, Modigliani…) descobriram a beleza e a força estética destes objectos e renovaram-se eles próprios neste «confronto», inserindo-os em simultâneo num conceito já de arte, de fruição e não função, resgatando-os (se preciso fosse) do seu sentido primordial de comunicação, de organização social e religiosa.

Actualmente, a arte tribal participa num mercado exigente de colecionadores e galeristas, atingindo verbas elevadas em leilões e aquisições, funcionando como objectos de paixão e de status, de decorações únicas e individuais.